Terri Schiavo: eutanasia de sede e fome?

Ok, Terri Schiavo morreu agora pouco. Muito se falou, muito se discutiu, muita atenção foi dada ao caso. Mas uma coisa ainda eu não consegui entender: por que mataram ela de fome e de sede? Podem matar de fome e de sede, mas não podem matar usando mecanismos mais humanos e indolores (conhecido como eutanásia)? Que legislação estúpida é essa?

Tenho uma orientação espírita que me faz crer que qualquer existência neste plano terreno (mesmo as mais ignóbeis, dolorosas e sofridas) são importantes para o crescimento do espírito, mas não tenho grandes problemas em aceitar a eutanásia desde que devidamente justificada e necessária, o que talvez fosse o caso de Terri.

A questão é que eutanásia é uma morte rápida, “digna”, sem dor, sem sofrimento (procure a etimologia da palavra). O que fizeram com esta mulher foi uma eutanásia às avessas, absolutamente ridícula e triste. O sofrimento humano (não importa se a pessoa em questão realmente sinta alguma coisa) é preterido à uma legislação atrasada, arraigada em preceitos religiosos tendenciosos, atrasados e cheio de furos (basta ver o que eu comento na penúltima frase do primeiro parágrafo). Entupiram a coitada de morfina e deixaram-na morrer de sede (o corpo desidrata primeiro) e fome.

Já que ficou decidido que a dita iria morrer (o que é questionável, mas não quero me extender nisso), não seria mais sensato, humano e correto dár-lhe, além da morfina, compostos (potássio se não me engano) que provocam a morte de forma rápida e indolor?

É um mundo de hipócritas, e isso não é exclusividade norte-americana.