Turning Up the Heat with ColdFusion?

Adobe paid for a white paper that analyse and state some good (and hide some obvious, but not pleasant) findings about ColdFusion. It’s a nice paper on the history and features of ColdFusion, but to me, is more of a sad and nostalgic paper about how powerful it could be if different strategic path was adopted by Adobe some time ago (circa CF7-8 era) – but that’s a different (and old) history.

5-7-2013 12-55-01 PM

The white paper states:

ColdFusion has remained popular among its loyal users and has continued to attract new developers interested in its unique blend of capabilities

ColdFusion continues to attract new developers? Seriously? That’s funny. For a long time I’ve being looking and I couldn’t find not a single book about ColdFusion on the major physical bookstores in the US, with some rare exceptions (maybe that’s because books are a thing of the past, right?). What to say about the attraction of new developers? I’m yet to see a developer that pick ColdFusion as a language/technology by choice instead of doing it because it’s employee asks them to do (legacy code maintenance?). When I read this statement, I felt like:

CFML_leads


Easy twitter authentication with ColdFusion

As you might know, Twitter API 1.0 will be soon deprecated and anonymous or basic HTTP-authenticated calls/requests won’t be allowed. OAuth can be cumbersome sometimes, specially if all you need is basic querying the API (such as GET search/tweets). Maybe that’s why Twitter API 1.1 introduced a new authentication method that simplifies the process of authenticating requests. Starting with the 1.1, some endpoints that doesn’t require user personification/identification can be accessed using the new Application-only authentication. This new method is much simpler to work with. To exemplify, take a look on a very basic search for the #ColdFusion hashtag against Twitter API 1.1:

<cfset consumerKey = "YOUR APP CONSUMER KEY">
<cfset consumerSecret = "YOUR APP CONSUMER SECRET">
<cfset bearerToken = ToBase64(consumerKey & ":" & consumerSecret)>
<cfset authorization = "Basic " & bearerToken>

<cfhttp url="https://api.twitter.com/oauth2/token" method="post" charset="utf-8">
	<cfhttpparam type="header" name="Authorization" value="#authorization#">
	<cfhttpparam type="header" name="Content-Type" value="application/x-www-form-urlencoded;charset=UTF-8">
	<cfhttpparam type="body" value="grant_type=client_credentials">
</cfhttp>

<cfset bearerTokenResponse = DeserializeJSON(cfhttp.fileContent)>
<cfset authorization2 = "Bearer " & bearerTokenResponse.access_token>

<cfhttp url="https://api.twitter.com/1.1/search/tweets.json" method="get" charset="utf-8">
	<cfhttpparam type="header" name="Authorization" value="#authorization2#">
	<cfhttpparam type="url" name="q" value="%23ColdFusion">
</cfhttp>

<cfoutput>#cfhttp.fileContent#</cfoutput>

Of course, you still need to register a Twitter App (more about it here). Need to use a Twitter resource that doesn’t support Application-only authentication? Then you should try the excellent (monkeh)Tweet Twitter API.

Enjoy!


Boas novas

Este blog está abandonado há vários anos. O último post tem quase 3 anos de idade, mais ou menos o tempo que eu fiquei longe de qualquer atividade envolvendo desenvolvimento web baseado em CFML. Pois este período provavelmente deve terminar a partir do próximo mês. Em Abril volto a trabalhar com CF novamente. Depois de 3 anos como gestor de produtos nas duas maiores empresas de hosting no Brasil (Locaweb e UOL HOST), resolvi dar ouvidos ao meu “lado técnico” – que estava dormente e um pouco cansado de conviver com o meu “lado negócios”.

Aceitei uma oportunidade de trabalho no BID e estou me mudando para Washington DC já na próxima semana. Espero poder reatar meu relacionamento com a comunidade brasileira e também internacional e, claro, voltar a ter a mesma fluência e prazer que tinha ao me debruçar sobre linhas de código em CFML – poucas, claro, pois o que mais me encanta no CFML é sua simplicidade. Creio que a experiência e a vivência bastante intensa e diária como cliente junto à excelentes times técnicos, tanto na Locaweb quanto no UOL HOST, certamente serão diferenciais positivos para que, neste retorno, eu possa me tornar um tech-guy ainda melhor.

Agradeço a todos com quem conversei e me aconselhei nas últimas semanas. As conversas foram fundamentais para a minha decisão em aceitar o desafio no BID (em 2009 eu declinei). Espero poder espanar um pouco a poeira não apenas deste blog, mas também voltar a botar um pouco de lenha e participar das excelentes discussões da lista CF-Brasil e outras comunidades.

Washington aí vou eu! 😉


Datacenters do futuro

Eu sou um curioso com relação à soluções de datacenter, não apenas pela questão ambiental mas também pela parte tecnológica. Sempre que posso, visito datacenters. No Brasil conheci vários, não apenas em São Paulo, mas no Rio e em Brasília, inclusive o de órgãos do governo e estatais. Nos EUA eu conheci o datacenter do Citibank (longa história), mas isso foi há alguns anos, de maneira que a “nave-mãe” que vi na época deve ter mudado bastante desde então.

Tudo isso para dizer que faz tempo que não via um desenho e solução tão interessante para datacenter como esta. Este datacenter em Quebéc oferece um pouco dos dois mundos (preocupação ambiental e eficiência técnica) através da reutilização de estruturas existentes, aproveitamento de “resíduos” (ar quente para calefação do escritório adjacente), economia de material de cabeamento, facilidade de manutenção/gestão e refrigeração, não apenas com um modelo mais inteligente/inovador que o atual “corredor quente/corredor frio”, mas com a possibilidade de aproveitamento do ar gelado externo (no inverno), entre outras soluções simples, mas inteligentes. Vale a pena conhecer (via Datacenter Knowledge).


Analogia do avião

Quando eu era moleque e estudava para tirar o meu brevet, tínhamos uma matéria chamada Navegação Aérea. Essa matéria causava pavor nos alunos justamente porque, na prova teórica do DAC (hoje ANAC), tínhamos um exercício de navegação que era responsável por bombar boa parte dos candidatos (e muita gente bombava). A coisa levava certo tempo, pois todos os cálculos tinham de ser feitos na unha. Os milicos não perdoavam, e o tempo para fazer a navegação era curto (além de responder uma porrada de outras questões sobre meteorologia, mecânica, regras de tráfego aéreo, etc). E errar era muito fácil. O “computador” de bordo não tinha bateria nem funcionava com energia. Era no dedo, no lápis com apoio de um computador de bordo manual (pense num pequeno trambolho, uma espécie de “ábaco para aviação”… eu usava um Jeppesen E6B, um clássico).

A navegação aérea, como o nome sugere, consiste em planejar o voo, da decolagem ao pouso. Numa prática destas, um dos primeiros passos é calcular o consumo de combustível até o “TOC” – top of climb, ponto que simboliza a transição entre a subida e o voo dito “de cruzeiro”. O lance é fazer o cálculo do gasto de combustível de acordo com a altitude. O consumo varia de acordo com a pressão atmosférica, entre outros fatores. Além disso, deve-se calcular o tempo estimado para completar a subida até o TOC, que pode variar de acordo com regimes de potência, variação de pressão atmosférica, etc. Um planejamento de voo perfeito não existe, pois é impossível considerar os n fatores e variáveis envolvidos. Pense na quantidade de variáveis e mudanças existentes na atmosfera, por exemplo. Dá para prevê-las?… Obviamente não. Ainda sim, para qualquer voo, para qualquer avião, o planejamento deve existir, obrigatoriamente. Algumas constantes básicas e conhecidas, tais como razão de subida, tipo de combustível utilizado, pressão ao nível do mar (dada pelo último METAR) e outras coisas que eu devo ter esquecido devem ser consideradas antecipadamente. Em outras palavras: mesmo em um ambiente caótico, cheio de variáveis imprevisíveis e desconhecidas, é uma boa coisa seguir alguns rituais e fazer algum planejamento.

No aeroclube (e no auge dos meus 17 anos) fazer um plano de voo completo era tarefa tediosa e sacal. Eu gostava mesmo era de encher o tanque do PA18 (um aviãozinho delicioso que me faz sonhar até hoje), ligar o motor, taxiar e flanar sem rumo, apenas curtindo o visual e a sensação de controle sobre a máquina… Flanar sem rumo, ao sabor dos ventos, era a maior diversão possível para um adolescente tímido e meio nerd como eu. Mas e se eu quisesse chegar a algum lugar? Se eu quisesse sair do aeroclube que estava e ir até outro, em outra cidade? E se eu tivesse que ter um objetivo, uma meta? Na verdade, eu até poderia ver a questão olhando um pouco além do destino, da meta e/ou objetivo. Eu poderia pensar em segurança, por exemplo. Ao contrário de se dirigir um carro, em um avião (qualquer um), caso algo dê errado, você não pode simplesmente parar, encostar, desligar o motor e descer, com os pés firmes no chão. Ao tirar o avião do chão, é bom você já ter alguma ideia de como vai fazer para colocá-lo de volta, seja de onde você saiu, onde pretende chegar ou alguma coisa no meio do caminho…

Empresas, Aviões, Projetos e Voos

Empresas podem ser vistas como aviões, em certo ponto. Projetos, podem ser vistos como voos, também em certo ponto. Foi-se o tempo sintetizado pelo slogam: “remember when flying was dangerous and sex was safe”… Pilotos viraram gerentes de uma máquina complexa, que deve ser gerenciada corretamente, para segurança dos passageiros e lucratividade de uma empresa aérea (as vezes essa ordem se inverte, mas isso é uma outra história).

Em empresas de TI, em especial aquelas que dependem (ou são voltadas) para o desenvolvimento de software, tenho visto uma série de tentativas sofisticadas para justificar a ausência de qualquer planejamento. Diz-se que, como tudo muda o tempo todo, qualquer forma de planejamento tradicional é perda de tempo. Fala-se em Teoria do Caos, em Sistemas Complexos, em Emergência e afins. Tenho visto também ataques carregados de ironia e exemplos de falhas (esquecendo-se convenientemente dos sucessos) à metodologias, processos e ideias de organização de trabalho, inclusive os frameworks ágeis mais clássicos (e “amarrados”) como Scrum, como se fosse possível passar de um estado de caos e/ou de rigidez diretamente a um estado de “nirvana ágil” num estalar de dedos.

Voar por diversão

Um tipo de voo particularmente divertido, onde existem poucas coisas a se considerar – do ponto de vista de custo, destino, conforto e até mesmo segurança – é o voo de planadores. Voar a vela é sensacional, é belo. Uma experiência única. Um planador tem pouquíssimos instrumentos em seu painel, em grande parte porque você está ali para voar, não para apertar botões, seguir check-lists ou um plano de voo estabelecido. Você está ali para satisfazer unicamente você e seu desejo de liberdade, de flanar. Voa-se pelo simples prazer de voar, respeitando apenas regras locais e básicas. Tem-se apenas um manche, dois pedais e o ar passando pela asa. É física pura, é poesia. Pode ser visto até como arte, para aqueles que tendem a comparar qualquer atividade intelectual como “arte”. Contudo, no voo à vela, salvo raríssimas exceções, você decola com auxílio de um avião e volta ao mesmo lugar de onde saiu…

Voar por obrigação

Agora pense e um 737 com 190 passageiros a bordo. Vá um pouco mais longe e pense numa companhia aérea que tem vários 737s, 757s, A320s, etc no ar. Experimente falar que processos e check-lists são inúteis. Vá além: experimente dizer isso para os passageiros destes aviões, clientes da sua companhia aérea. Diga que tudo o que se conhece sobre gestão e/ou desenvolvimento de software (seja “ágil” seja “tradicional”) está errado, pois o mercado de aviação, o preço do querosene, a natureza da atmosfera e uma série de outras questões são dinâmicas demais para qualquer tentativa de controle/previsibilidade… Já imaginou dizer, depois de decolar, que você ainda não sabe muito bem onde e quando vai pousar, mas que em algum momento você vai fazer isso, de alguma maneira. Na sequência, experimente dizer que você, piloto de uma empresa de aviação “startup”, decidiu que para estar preparado para “pivotar” a qualquer momento, que você vai ficar dando umas voltas por aí, sem compromisso, até que um destino seja definido, ao sabor das ocasiões e oportunidades. Faça isso de preferência usando explicações sofisticadas, apelando para teorias exóticas e/ou de escala planetária/universal… Oras, todos deveriam saber que pequenas variações (ventos na hora da decolagem ou em rota, por exemplo) tendem a levar a resultados (e destinos) imprevisíveis, e que por isso pouco adianta planejar ou dizer onde o avião vai pousar… Mostre uma foto de um pedaço do A330 da Air France que sumiu no meio do atlântico e dê uma risadinha como quem diz: “viram no que dá?”… Esses caras planejavam, mas mesmo assim caíram no meio do oceano por conta de uma anormalidade atmosférica…

Sobre o Caos e “arte” de voar e administrar

Com o popularização do Agile no país e também da idéia de que é possível associar a Teoria do Caos à gestão de empresas, tenho visto muitos gurus falando coisas que me deixam arrepiado. Normalmente eles seguem alguns padrões argumentativos. O primeiro, é o que prega que empresas em geral, em especial das de TI, são organismos complexos, e que que por isso, devem ser vistas e geridas sob uma regra/ordem diferente da tradicional. Devem ser analisadas sob a ótica da Teoria do Caos, por exemplo. Para os defensores desta linha, estar no limite entre a ordem e o caos (“The Edge of Chaos”) é condição necessária para que uma empresa seja criativa, para que cresça, saia de uma velocidade “normal” e passe para uma velocidade “diferenciada”. Em suma, é condição necessária para uma empresa ter sucesso, ser inovadora. Eu discordo. Se você parar para pensar, a maioria das organizações situam-se nesta exata posição limítrofe (quem aqui não trabalhou, trabalha ou conhece uma empresa, grande ou pequena, que era uma verdadeira zona?), e mesmo assim, inúmeras falham. Eu inclusive diria que, ao contrário, estas falham cada vez mais à medida que ficam mais próximas do caos do que da ordem. Na minha opinião, empresas que fazem sucesso ou fracassam não o fazem por estarem dentro ou fora do limite do caos, nem são tão influenciadas por isso, pelo contrário. Competência, sorte e timing, por exemplo, influenciam o sucesso ou fracasso muito mais que um simples “estado” das coisas. Talvez estar no limite do caos e ordem seja o “estado” mais adequado para que regras e ordem emerjam, dando lugar a uma nova ordem, melhorada e revisada. Noto, contudo, que a tendência é sempre pela ordem. Por isso, buscar a ordem, mais do que buscar o caos, é fundamental. Em algumas empresas não existe tempo para que o sistema se auto-organize da forma como acontece na Natureza, por exemplo. Aliás, o exemplo de seleção natural é usado com frequência para dar crédito a essa vertente de pensamento “caótico” (toda vez que alguém usa a analogia de seleção natural para empresas eu imagino Darwin se remexendo de raiva em seu caixão)… Na escala de tempo de uma empresa, não há tempo para que as regras sejam estabelecidas sozinhas. Não faz o menor sentido comparar a escala de tempo (e as variáveis existentes) de uma empresa ou mesmo de uma vida humana com às existentes na Natureza, com a escala de tempo natural (pense em éons, eras e afins). Em aviação de médio e grande porte, assim como em empresas, devem prevalecer processos, check-lists, comunicação (que pode significar documentação, para horror de alguns), procedimentos e regras bem definidas – de preferência inteligentes, simples e seguras. Voe regido pelo caos, ou mesmo no “limite do caos” e você poderá fazer algumas coisas surpreendentes, mas certamente perderá passageiros por atrasos e ineficiência. “Voe” assim e provavelmente você verá seu dinheiro correndo para o ralo (ou, se preferir, pelo fuel dumper)…  No Caos você até pode encontrar uma ordem, um padrão, mas isso talvez vá levar o mesmo tempo que levou para que cardumes pudessem caçar em conjunto (e eficientemente), sem seguir um “plano”. Eles levaram milhões de anos, várias tentativas e erros, várias gerações e, principalmente, vários indivíduos, que se sucederam (nasceram e morreram), na dança da evolução natural, para atingir este estágio sublime. Quanto tempo você precisa para que a sua empresa se (auto) organize? Quanto tempo ela terá para encontrar uma ordem e encontrar colaboradores dotados do nível de comprometimento necessário para que isso aconteça? Uma andorinha morre se não estiver comprometida com seu grupo, se não se inserir, se não auto-organizar com este. Será que o mesmo se aplica a funcionários, na escala de tempo de uma empresa? O comprometimento é outro, a entropia idem.

O segundo padrão de argumentação é aquele que diz que tecnologia, em especial desenvolvimento de software, é uma atividade artística (mesmo quando é feita dentro de empresas). Eu acho esta comparação pretensiosa, no mínimo. Se eu pudesse fazer uma comparação sobre programação com outra atividade intelectual, talvez usasse o Jornalismo. Um jornalista, quando escreve um texto, uma reportagem ou qualquer outro conteúdo em qualquer mídia, pode sim imprimir seu estilo pessoal, seu “toque” e afins. Entretanto, ele normalmente estará sempre comprometido com a data de entrega da matéria, em primeiro lugar. Afinal, a edição de domingo não vai esperar ele terminar para ser impressa e ganhar as ruas… Em aviação, atendimento ultra-personalizado, poltronas de couro de antílope do himalaia, soluções inovadoras de embarque, ideias geniais de serviço e entretenimento a bordo, aeromoças bonitas e simpáticas, pilotos simpáticos e engraçadinhos em seus speeches, são muito importantes. Contudo, antes de oferecer isso, você deve se preocupar em oferecer primeiro o que é prioritário neste caso: levar o passageiro para o seu destino, no tempo e no horário escolhido por ele, com margens mínimas de atraso.

Seguir processos e ter métodos não significa impossibilidade de mudar, não significa ir contra a inovação, deixar de ser ágil, ser estático ou qualquer coisa do gênero. Significa, simplesmente, tentar (e conseguir, quando possível) manter a ordem ao invés do caos, mesmo que este estado de ordem seja temporário, até que uma nova ordem, um novo produto, prática, etc, esteja pronto para escalar… (ou voar). Afinal, os passageiros não estão interessados em esperar você bolar, enquanto voa e gasta combustível, um jeito novo e revolucionário de pousar o avião. Ou então, que o pouso seja mera obra do acaso (ou da “ordem emergida do caos”, se você preferir).

Ordem e Processos versus Caos e a Arte

Um 737 não é uma obra de arte ou uma “peça” artística e artesanal. Um 737, assim como uma empresa, não é regido pela Teoria do Caos. Um 737 é um amontoado de alumínio, fios, materiais compostos, aviônicos, sensores, regras e check-lists burocráticos. E ele é assim por uma boa razão, e ele funciona por uma boa razão. Sim, aviões caem de vez em quando, empresas quebram de vez em quando, projetos idem (em maior ou menor quantidade). Entretanto, isso não é motivo para descartar, tampouco invalidar métodos ou processos consagrados como (pense em qualquer coisa: ITIL, Scrum, etc) – mesmo que você os adote parcialmente. Muito menos é motivo para satirizar e polemizar com bobagens do gênero: “agile é coisa de moleque”, “adultos não fazem DevOps”, etc… algo que me soa mais ou menos como: “meu pau é maior que o seu” e variações infanto-adolescentes do gênero… Então, da próxima vez que for voar um teco-teco, não diga que você não quer fazer um plano de vôo por que é burocrático e não vai funcionar. Ou então, que os planos de vôos existentes só servem para aviões do porte do 737, e que um teco-teco não vai se beneficiar em usar um. Não é bem assim. Você sabe que não precisa usar ITIL de cabo-a-rabo, da mesma maneira que você não precisa voar um teco-teco usando Lorenz, VORs, DMEs, Tacans, Glonass, ILS, WAAS, sistemas hiperbólicos (a sopa de letrinhas vai longe)… Contudo, você precisa sim, seguir algumas regras e criar (e buscar) alguns padrões. E da próxima vez que for voar, rumo a algum congresso cheio de gurus, agradeça a existência de processos e práticas consagradas… afinal, “adultos” voam em aviões, não em maquetes e/ou projetos que ficaram na planta das fábricas da Boeing e/ou Airbus… 😉

Não estamos mais na era da aviação de ouro, dos vôos à arco e flecha, da aventura. It’s better to be down here wishing you were up there, than up there wishing you were down here.


Cancelled without prejudice

O final do mês de Setembro e começo de Outubro foi um período bastante difícil para mim. Como bom taurino, é comum me sentir em apuros diante da necessidade de tomar uma decisão entre uma opção ou outra sem ter elementos claros e/ou palpáveis, ou mesmo tempo para coletar dados e informações sobre estas opções. Quando a diferença entre elas são óbvias (ex: algo bom versus algo ruim), fica fácil decidir. Mas e quando ambas opções são muito boas? Foi exatamente o que me aconteceu no campo profissional.

Depois de 6 meses como consultor e 10 meses como Coordenador de TI numa das melhores ONGs onde já pude trabalhar (um time de primeira, uma estrutura ímpar, orçamento 100% garantido), decidi que era hora de buscar uma oportunidade na iniciativa privada e encerrar, pelo menos por enquanto, minha longa relação com a Amazônia e com o terceiro setor. Precisava aprender como funciona uma empresa grande, sacar qual era desse mundo e passar para o “outro lado”, uma vez que só tinha contato, esporádico, como consultor autônomo. Se pudesse ser em uma empresa de tecnologia, melhor ainda.

visa_low

Entre as oportunidades que apareceram, a primeira era bastante tentadora: trabalhar na área de desenvolvimento web do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. O fato de o BID ser uma grande organização/instituição já era interessante por si só – e cumpria os objetivos que eu havia fixado para “novos desafios”. Se adicionarmos o fato de o BID ser uma instituição internacional e multicultural, de o trabalho ser em Washington DC (uma das melhores cidades dos EUA para se viver, apesar do custo de vida elevado) e, oras, de o salário ser em dólares, a oportunidade era praticamente irrecusável. Foi graças a um grande amigo (que inclusive já foi editor neste blog) que tive acesso a esta oportunidade. Nessas horas é que você percebe que, de fato e a despeito de todas as dicas manjadas de gurus de auto-ajuda, é muito importante manter um bom network. Eu sou profundamente grato ao Emanuel Costa por ter aberto as portas para mim no BID (e espero que elas se mantenham abertas).

Malas prontas, passagens compradas, visto de trabalho G4, instruções deixadas eis que me aparece a Locaweb…

Antes mesmo de começar a conversar com o BID, eu já estava participando do processo seletivo na Locaweb. Mas a resposta demorava a vir. Na data limite, e já tendo dado um “sim” verbal para o pessoal do BID, a proposta da Locaweb finalmente chega.

Eu detesto desistir (e avisar) em cima da hora, mas neste caso não tive saída. Aceitei a proposta da Locaweb e disse não para o BID, Washington, ColdFusion, etc, etc… Fiz mesmo sem ter certeza de que estava fazendo a coisa certa (ainda não sei, e claro, não saberei nunca). Mesmo aplicando-se a regra do “nunca olhar para trás”, é uma decisão foda.

O que ameniza a minha barra com o BID é que pelo menos eu ainda não tinha assinado um contrato, e fazia menos de uma semana que o BID havia feito a proposta, tempo razoável para pensar em aceitá-la ou não – ainda mais implicando em mudança de país. Nesse último aspecto, vale mencionar, achei que eles poderiam ter oferecido um pouco mais de ajuda para a expatriação, mas isso foi apenas um detalhe, e pesou pouco na desistência. De qualquer maneira, o mais importante é que eu ainda não tinha embarcado para os EUA e começado a trabalhar. Ainda sim, me sinto em grande débito e profundamente incomodado por ter desistido tão próximo da data de embarcar, e espero que as pessoas envolvidas entendam a minha decisão.

Foi muito difícil, mas pesou a possibilidade de se trabalhar numa área fascinante e em profunda mudança (já dizia o ditado do Google: “My other computer is a data center“). Ficar no Brasil também tem as suas vantagens práticas. Moro há 300 quilometros de um dos lugares mais bonitos do planeta: o Planalto do Itatiaia, dentro do Parque Nacional do Itatiaia – do qual sou membro do Conselho Consultivo. Mesmo que os EUA seja um país igualmente bonito, me faria muita falta o que temos aqui. Tenho uma ligação especial com Itatiaia e com as montanhas da Mantiqueira. Entra no pacote também a família e a questão cultural. Eu conheço bem os EUA, já passei algumas temporadas por lá (não como turista) e, creio não ser movido pelo desejo tão latente em nós, latino-americanos, de conhecer e viver o “american dream”, uma cultura e estilo de vida que, no fundo, já conheço. Mas isso já uma outra (longa) história.


Tietagem

Quantos de vocês já puderam apertar a mão ou conversar (sobre as impressões pessoais e emoções) com alguém que já esteve no espaço? Pois eu já! Mês passado, vindo de Manaus, numa escala atrasada em Brasília, conheci Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, que esteve na ISS durante uma semana. Eu já tinha falado sobre ele em 2006 aqui mesmo. Marcos é astronauta da NASA, engenheiro aeronautico pelo ITA, além de piloto de caças e tenente-coronel da FAB. Em suma: é um típico astronauta (coloque aqui toda a aura que um astronauta carrega – para mim ele já era fodão apenas por ser piloto de caça…).

Celebridade anônima, num país onde ídolos são jogadores de futebol, cantores de funk e outros, Marcos estava quieto e com o olhar distante, sentado sozinho num banco da sala de embarque, escutando música pelo MP3 player como qualquer um. Esperava o mesmo vôo atrasado que eu, para Congonhas. Pedi licença e disse que conhecia ele. Ele pareceu surpreso, mas feliz ao mesmo tempo, pelo reconhecimento no meio de tanta gente apressada e “importante”. A conversa foi uma típica conversa de nerds, mas com alguns pitacos de poesia, especialmente ao descrever as sensações de se ver nosso lar, a Terra, do espaço, com direito a contar detalhes sobre as visões maravilhosas de tempestades vistas de cima (bem de cima), do mundo a noite (luzes das cidades) e toda sorte de curiosidades sobre o espaço e a Terra vista de cima, pelos próprios olhos, ao vivo. O embarque já estava sendo anunciado e eu também não queria atrapalhar sua espécie de meditação. Tenho certeza de que ele, com o seu fone de ouvido (ele não tirou durante todo o vôo), sonhava ou recordava os momentos que passou lá em cima,  numa posição extremamente previlegiada, voando mais alto que todos nós.

Deu tempo de bater uma foto na fila de embarque, claro. =)

Marcos Pontes e Alex Hubner

Marcos Pontes


Procedural ou OO?

Antigo, mas é leitura recomendada:

http://www.advantexllc.com/blog/post.cfm/how-oo-almost-destroyed-my-business

Moral da história: use o que resolve o seu problema.


Cyberbullying

Leitura recomendada: Cyberbullying, de Rosana Hermann.


Ode ao desenvolvedor…

Compaixão e união meus caros. Um dia seremos reconhecidos!

E você? Já recebeu um abraço hoje? Então sinta-se abraçado!